Primeira Guerra Mundial: a saga dos soldados gays que foram esquecidos

A luta pelo direito de igualdade entre os homossexuais é bem mais antiga do que se imagina. Após 102 anos do fim da Primeira Guerra Mundial se relembra os soldados gays que foram esquecidos pela história simplesmente por sua orientação sexual. 

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Aproximadamente 70 mil homens foram mobilizados para o conflito e muitos são mencionados como heróis de guerra, o que geralmente não acontece com os soldados homossexuais. A ausência de um reconhecimento no período estava totalmente atrelada ao tabu da sexualidade, principalmente se fosse ‘desviante’.

Historiadores modernos como Laurie Marhoefer acreditam que a Primeira Guerra Mundial lançou sementes para a reinvindicação de direitos homossexuais, posto que muitos soldados sobreviventes achavam que deviam receber cidadania plena de seus governos pela contribuição no confronto.

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Primeira Guerra Mundial: a saga dos soldados gays que foram esquecidos
Fonte: (Reprodução/Internet)

Soldados gays mantinham suas uniões às escuras

Durante os mais de quatro anos de guerra, o relacionamento gay no exército britânico praticamente não era reconhecido, por isso não havia uma proibição específica entre os altos comandos do exército. No entanto, em 1955, a ‘prática’ homossexual passou a ser ilegal após relatos de sua existência entre os soldados.

Com as baixas no exército em pleno auge do conflito entre as nações, esperava-se que os homens pudessem exercer o papel de progenitores de novos meninos, que futuramente serviriam o país e contribuíriam para a população masculina não se reduzisse ao extremo. Como os gays não podiam atender a demanda eram discriminados como sendo uma sexualidade antipatriótica.

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Os gays esquecidos do conflito

Mesmo que não aberto entre os comandos, havia muitos soldados gays que ‘escondiam’ a sua sexualidade, esse foi o caso de Wilfred Owen e Siegfried Sassoon, ambos serviram no exército britânico, mas só Sassoon sobreviveu para ver a assinatura do armistício pela Alemanha em novembro de 1914.

Primeira Guerra Mundial: a saga dos soldados gays que foram esquecidos
Fonte: (Reprodução/Internet)

Outros soldados como Rupert Brooke chegaram a ser nomeados como ‘meio homossexual’ e ‘meio heteressoxual’, simplesmente por ter boa aparência e ser identificado com comportamento emotivo. Os que se atreveram a revelar a sexualidade foram imediatamente expulsos, ou denunciados por ‘indecência’.

Alguns delatados como Wilfrid Marsden e Frederic Llewellyn foram obrigados a realizar trabalhos forçados após serem julgados. Em outros exércitos, igualmente serviram os soldados gays, muitos narraram em cartas as suas paixões por colegas. Alguns soldados foram condecorados após o conflito, mas os gays acusados ficaram lembrados por um dizer pejorativo Dirty Brigade “brigada suja”.

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