Financiadores estrangeiros que possivelmente violaram direitos de indígenas brasileiros

Documento publicado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e a ONG Amazon Watch nesta semana, apontou que seis companhias dos Estados Unidos investiram cerca de US$ 18 bilhões em nove empresas que são acusadas de atacar indiretamente indígenas brasileiros e suas terras.

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O relatório foi divulgado na terceira edição da “Cumplicidade na Destruição” e tem como objetivo pressionar os financiadores internacionais para que não invistam em terras naturais indígenas e na quebra de algum direito humano.

Segundo o texto, as seis empresas são a BlackRock e Vanguard, administradoras de recursos mundiais, os três bancos Citigroup, J.P Morgan Chase e Bank of America e por fim, a investidora Dimensional Fund Advisors.

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Financiadores estrangeiros que possivelmente violaram direitos de indígenas brasileiros
Fonte: (Reprodução/Internet)

Empresas estão pressionadas na Justiça

De acordo com o relatório, as seis gigantes americanas já investiram na Vale, Cosam, Energisa, JBS, Eletrobras e Anglo American Cargill. Todas estas são acusadas por ameaçarem a segurança dos povos e terras indígenas.

A Equatorial Energia também foi uma das empresas investidas por parte das companhias norte-americanas. Segundo a Apib e Amazon Watch, a Equatorial também sofre acusação de construir duas linhas de transmissão sobre a terra do povo Krikati, no Maranhão.

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Ainda, o documento ressalta o financiamento da BlackRock na Belo Sun, companhia mineradora que deseja instalar uma base para exploração de ouro. O plano está sendo realizado na Volta Grande do Xingu, no Pará, e tem sido criticado por ambientalistas. O Ministério Público solicitou explicações da empresa.

Principais acusações

A Vale sofre acusação de ter contaminado o rio Cateté, que rega as terras indígenas do povo Xikrin na Serra do Carajás, no Pará. A Estrada de Ferro Carajás também construída pela Vale, consegue afetar o Rio Pindaré, Mãe Maria, Arariboia e Xikrin.

A Anglo American é suspeita de querer explorar minérios de terras indígenas amazônicas. A descoberta deve-se aos quase 300 requerimentos para a Agência Nacional de Mineração, que tratam de 18 territórios indígenas.

A Belo Sun já realizou outras 11 pesquisas na Agência de Mineração, que contemplam as áreas Arara da Volta Grande do Xingu e Trincheira Bacajá. A mineradora gostaria de explorar ouro no Pará desde 2015, entretanto o Ministério Público recorreu à Justiça, onde o processo decorre até hoje.

Companhias negam as suspeitas

A reportagem da BBC News foi atrás das empresas pontuadas no relatório da Apib e da Amazon Watch. Todas as encontradas negaram as acusações e afirmaram que todos os investimentos foram pensados na ótica da sustentabilidade.

As gigantes também explicaram que não tiveram acesso às denúncias de associações indígenas antes das mesmas serem publicadas. Para que a defesa fosse feita, a equipe da BBC mostrou todos os específicos trechos.

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