Como o Real se tornou a moeda mais desvalorizada em 2020

O Dólar se tornou mais caro durante a pandemia do novo coronavírus e por outro lado, o Real brasileiro perdeu intensamente o seu valor. Desde o final de 2019, o Real foi desvalorizado em 28% perante a moeda americana.

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O levantamento produzido pelos professores Henrique Castro e Claudia Yoshinaga, ambos da Fundação Getulio Vargas (FGV), apontou que a moeda nacional tem o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas do mundo, perdendo para o peso argentino.

Os juros em queda, e o aumento do Dólar são os pontos principais que verificam a desvalorização do Real brasileiro. O Dólar comercial, atualmente, está em torno de R$ 5,50, enquanto o turismo custa R$ 5,80.

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Como o Real se tornou a moeda mais desvalorizada em 2020
Fonte: (Reprodução/Internet)

Investidores preferem segurança que não está na moeda brasileira

Na maioria das situações, o Real é afetado pelos acontecimentos do exterior, porque o investimento internacional é o principal fator para que o Brasil capte dólares. Devido a crise econômica que a pandemia está causando, os investidores estão retirando dinheiro dos mercados como o do Brasil.

Os investidores estrangeiros estão preferindo optar por mercados mais seguros. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, o saldo líquido em ações na bolsa ou títulos de dívida, entre janeiro e agosto está negativado em 28,3 bilhões de dólares.

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O Institute of International Finance (IIF), afirmou que as projeções de retirada de investimentos em portfólio são de até US$ 24 bilhões no Brasil, durante todo o ano de 2020. Martin Castellano, chefe do departamento de pesquisas do IIF na América Latina, acredita que o risco fiscal afasta os interessados no capital brasileiro.

A professora Claudia Yoshinaga, da FGV, afirmou que o Brasil não está sustentando os investimento exterior quando 1 real consegue comprar vários dólares, o que representa um “sinal de alerta”.

Brasil tem juros baixos que geram menor rendimento 

Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu que o câmbio estivesse desvalorizado por empregadas domésticas conseguiam ir à Disney quando o dólar custava R$ 1,80. Na mesma ocasião disse que o câmbio encontrava-se em aumento por conta da redução dos juros no país.

A taxa Selic, que já esteve a 14,25% em 2016, atualmente está em 2%. O baixo número influência em um menor retorno financeiro dos títulos de dívidas públicas e de ativos de renda fixa, ambos tipos de investimentos. Contudo, o dinheiro estrangeiro é retirado do Brasil para que melhores rendimentos sejam focados.

Por ora, Castellano afirma que os juros não são o motivo principal da desvalorização da moeda, e sim um componente fiscal. O economista ainda comparou o fator com o de outros países, como o Chile e Peru, que possuem juros baixíssimos mas não tem moedas tão desvalorizadas.

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