Brasil já está passando pela 2ª onda de coronavírus segundo pesquisador da USP

Recentemente foi apontado que o Brasil estaria propenso à passar por uma segunda onda de infecção de Covid-19. A partir da possibilidade, o ministro Paulo Guedes afirmou que nesse caso haveria extensão do Auxílio Emergencial.

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Com a notícia, o pesquisador Domingos Alves, presidente do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) alertou que o Brasil já está passando por uma segunda onda de infecção. 

Domingo Alves é um dos responsáveis pelo portal Covid-19 Brasil, que junta diversos especialistas de áreas diferentes em torno de um estudo das estatísticas e análises da Covid no Brasil pois estuda a pandemia há oito meses.

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Brasil já está passando pela 2ª onda de coronavírus segundo pesquisador da USP
Fonte: (Reprodução/Internet)

Especialista analisa aumento e projeção na reprodução do vírus

Domingos Alves, defende sua ideia com base na evolução da taxa de reprodução (Rt) do vírus no país, que está indicando que a pandemia voltou a se proliferar em território nacional. Além do Brasil, Alves também ressalta que os Estados Unidos e a Europa também estão passando por uma nova onda de contágio. 

A taxa de reprodução é calculada com base no aumento de novos casos e permite que os pesquisadores saibam quem foi contaminado por pessoas que já estavam infectadas. Se o índice passa de 1, indica que o vírus está se espalhando. Quando está abaixo, sinaliza de que a pandemia está perdendo a intensidade. 

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No caso do Brasil, a taxa calculada foi de 1,12 em 16 de novembro segundo o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba. Isso significa que 100 pessoas infectarão outras 112, e essas 112 irão infectar outras 125. A partir disso, o vírus no Brasil cresce exponencialmente. 

Novos casos de infecção também voltaram a aparecer  

A média da taxa de reprodução no Brasil está acima de 1 desde o dia 11 de novembro. O índice não passava desse nível desde o dia 10 de agosto. Em suma, após três meses com a pandemia controlada, o vírus voltou a se espalhar e isso caracterizou a segunda onda identificada por Domingos Alves.

A taxa que estava apresentando uma queda desde meados de agostos conseguiu atingir seu menor valor em 6 de novembro, com 13.644 novos casos. No entanto, voltou a subir em 16 de novembro, que teve um aumento de 208% em questão de dez dias, totalizando 28.425 novos casos. 

Brasil já está passando pela 2ª onda de coronavírus segundo pesquisador da USP
Fonte: (Reprodução/Internet)

"Nossa segunda onda vai ser mais parecida com a dos EUA do que com a da Europa, porque a Europa conseguiu controlar de verdade a transmissão, que voltou com força depois do verão, quando as pessoas foram viajar e trouxeram novas cepas do vírus para casa", explica Domingos  Alves.

A situação pode ser mais grave do que os dados oficiais mostram 

O diretor do laboratório da USP ainda diz que a situação atual pode ser ainda mais grave do que mostram os dados oficiais. De acordo com Domingos, desde meados de setembro, a subnotificação está sendo escassa, pois estão sendo feitos menos testagens. Entre os testes realizados, o PCR é o menos feito, dando destaque ao teste rápido, que dão, na maioria das vezes, resultados falsos. 

Alves também explica que a estatísticas devem traduzir um maior número de internações, como já está acontecendo em São Paulo. Nas próximas semanas deve ocorrer um aumento significativos nos estados, segundo ele. O aumento das estatísticas dependerá de como as autoridades brasileiras irão controlar a nova leva. 

Para Domingos, o cenário atual é o mesmo do que a primeira onda de infecção, pois os brasileiros sabiam que o vírus estava vindo para o Brasil, mas fingiram que não era real. A partir disso, as autoridades tiveram que fechar todos os comércios. Ele defende a testagem em massa, assim o ciclo da teia de contaminação poderá ser quebrado. 

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