Recentemente, a Comissão de Drogas Narcóticas das Nações Unidas, aprovou a recolocação da cannabis, bem como de suas resinas derivadas, para níveis inferiores de periculosidades, seguindo parâmetros fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na prática, a decisão não eliminou a necessidade de os países estabelecerem controles contra a disseminação da droga. Contudo, a medida em si não tem o poder de alterar as políticas adotadas por cada país sobre a cannabis e seus derivados.
Porém, com a reclassificação, a cannabis deixou de ocupar a lista de substâncias consideradas particularmente fáceis de gerar efeitos nocivos, bem como a lista de não capazes de produzir benefícios terapêuticos.
Votação para aprovação de medida não foi unânime
Nesta lista das drogas mais perigosas, a maconha estava ao lado da heroína, mas agora está listada ao lado de outros narcóticos, como a morfina, que a Organização também recomenda seu uso controlado.
A medida decisiva entra conforme uma recomendação da própria OMS, que foi aprovada por 27 países. Durante as votações, outros 25 foram contra a medida, enquanto uma representação se absteve.
Brasil, China, Rússia e Japão votaram contra a medida, enquanto outras delegações, incluindo Estados Unidos e Reino Unido, França e Alemanha, votaram a favor de sua implementação.
Além da oposição na votação principal, as mesmas delegações rejeitaram outras propostas similares, como a exclusão de todas as listas onde certos ingredientes da cannabis estavam presentes.
Legalização da planta do Brasil é debatida por instituições
No Brasil, os canabinóides podem ser importados através de receita médica seguida de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com regulamento de 2019.
O uso medicinal da cannabis se trata de um tema que é periodicamente discutido por governantes, indústrias, médicos e pacientes, devido a certos benefícios que o composto pode gerar em tratamentos.
Mesmo com a importação sendo legalizada no país, o alto custo, a demora e a burocracia para consegui-los, acabou gerando outro debate sobre a liberação do composto para cultivo e produção local.
Por ser considerada uma droga psicoativa ilegal, no país o debate sobre o assunto compreende tanto os benefícios do uso de compostos de cannabis no tratamento de várias doenças, além da redução de tempo e gastos.
Pesquisa aponta que brasileiros apoiam comercialização da droga
De acordo com levantamento do DataSenado, 75% da população brasileira apoia a autorização da indústria para a produção de drogas à base de plantas de cannabis.
Por outro lado, quem contraria a medida, justifica a polêmica se baseando nas políticas antidrogas, na possibilidade de dependência química e no aumento do tráfico de drogas no país.
Cannabis não causa dependência química, segundo psiquiatra
A psiquiatra Eliane Nunes, diretora-geral da Associação Brasileira de Pesquisa de Cannabis e Sativa, acredita que a cannabis tem efeito medicinal há mais de cinco mil anos, e que grandes empresas produziam infusões para vender aos farmacêuticos.
Ela disse que desde 1960, pesquisas sobre o uso medicinal da cannabis têm sido realizadas, por exemplo, sobre seu uso para tratamento de epilepsia, autismo, de dores isoladas, traumas e doença de Alzheimer.
Segundo os especialistas, o canabidiol em si não causa dependência química. Pesquisadores de todo o mundo estão tentando combinar mais de uma substância nas plantas para tratar inúmeras doenças.
Uso da maconha pode gerar sequelas cerebrais, segundo hospital
De acordo com publicação feita pelo Hospital Santa Mônica, todo elemento consumido pelo corpo humano tem impactos em seu equilíbrio, tanto de forma positiva, quanto negativa.
Existem influências superficiais e diretas relacionadas aos prazeres de curta duração. Geralmente são eles que motivam os usuários a usar a substância a partir da primeira vez.
No entanto, segundo o hospital, também existem efeitos que aparecem apenas a longo prazo, e que podem prejudicar não só a vida de quem usa a droga, bem como das pessoas próximas ao usuário.
Dente possíveis consequências relatadas na publicação, foram ressaltadas: perda de memória, tendência por comportamentos violentos, doenças cardíacas e para desenvolvimento de transtornos mentais e psiquiátricos.
Uso recreativo da maconha foi liberado em alguns países
Locais como Uruguai, Canadá e Geórgia já permitem o uso recreativo da maconha. Os mesmos aprovaram recentemente leis que removem as penalidades para as pessoas que usam a substância ou usam a droga de forma totalmente legal.
Recentemente, algumas áreas dos Estados Unidos aprovaram a legalização do uso recreativo da planta, e um referendo foi realizado no dia da eleição presidencial.
Na publicação do hospital, foi ressaltado a importância de se pesquisar sobre possíveis consequências que uma droga natural ou industrializada pode causar, seja ela ilegal ou legalizada.