De acordo com pesquisas da internet, uma fibra solúvel foi desenvolvida a partir de resíduos da cevada em pó extraída após o processo de produção de cerveja, podendo ser usada para reduzir o teor de sacarose de uma vasta gama de alimentos. Além de hipocalórica, a cevada e seus benefícios são muitos, pois também é capaz de diminuir os níveis de colesterol e reduz o risco de doenças cardiovasculares. Saiba mais!
Cevada x Açúcar: O porquê da substituição
O açúcar é o novo tabaco, e os fabricantes de alimentos - sob pressão de impostos, leis e profissionais de saúde - estão lutando para encontrar um bom substituto. Agora parece que eles já poderão obter o que querem na forma de um pó de fibra solúvel produzido a partir do grão de cevada gasto que sobrou do processo de fabricação de cerveja.
Este produto, desenvolvido pela EPFL, uma empresa norte americana, pode ser usado para compensar a diferença de peso e de volume entre a sacarose e os adoçantes naturais como stevia, que são muito mais poderosos e, portanto, usados com moderação. Vários grandes produtores de alimentos já manifestaram interesse na cevada em pó.
O que está faltando
Os fabricantes agora dependem do amido como a maltodextrina e a polidextrose para compensar o volume e o peso a fim de substituir o uso da cana-de-açúcar, aderindo à utilização da cevada. Mas esses enchimentos têm uma grande desvantagem: aumentam os níveis de açúcar no sangue. A longo prazo, pode resultar em picos de insulina, que por sua vez pode levar à obesidade, hipertensão ou mesmo diabetes tipo 2.
As fibras solúveis feitas com cevada, formadas por oligossacarídeos conhecidos como beta-glucanos, são produzidas usando um processo que foi desenvolvido na EPFL e aperfeiçoado pela startup. As fibras oferecem duas grandes vantagens: são neutras em sabor e boas para a saúde humana. Vários estudos mostraram que o oligossacarídeo de cevada ajuda a diminuir o colesterol e açúcar no sangue e reduzem o risco de doenças cardiovasculares.
Aumentando o peso do grão de cevada gasto
O processo de transformação da celulose - que é abundante em plantas - em beta-glucano ainda está em seus estágios iniciais, sendo a primeira a ser robusta e eficiente. Isso permitirá que tal produto compita o preço no mercado de alimentos.
O que acontece é que os polissacarídeos da celulose são reduzidos a oligossacarídeos de três ou quatro moléculas. O processo protegido por patente extrai metade do peso do grão de cevada gasto em pó trinta vezes mais rápido do que os procedimentos existentes. O método usado é de uma etapa e usa pouca energia porque requer apenas uma temperatura moderada e pouca pressão.
Cevada benefícios
A cevada, além das propriedades benéficas de suas fibras, também possui um alto teor de celulose. Dependendo do processo de fabricação e da qualidade da planta, a celulose pode representar até 30% do grão gasto no pós-cervejeiro. Além disso, a quantidade de grãos usados está disponível em todo o mundo e está mais concentrada nas grandes cervejarias do mundo.
De acordo com estatísticas publicadas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, quase 200 milhões de toneladas de cerveja são produzidas a cada ano, e cerca de 20% disso é na União Europeia. O grão gasto de cevada representa cerca de 20% deste peso. Somente na Suíça, cerca de 80.000 toneladas de grãos usados são produzidos anualmente. O grão gasto já está sendo reciclado na forma de farinhas para humanos e animais. Mas nem de longe tudo está sendo usado.
Fibras super saudáveis
Esta abordagem para investir nos grãos de cevada usados poderia tornar possível aos fabricantes de alimentos eliminar os efeitos adversos do açúcar sem usar aditivos químicos. A questão é que já passou da hora de repensar em como usamos os recursos do nosso planeta.
O pó beta-glucano extraído da cevada também ajuda a manter ou restaurar a saúde do microbioma intestinal humano. Estes beta-glucanos são uma forma de prebiótico que pode melhorar a eficácia das bactérias probióticas presentes em certos tipos de alimentos enriquecidos. A tecnologia pode ser adaptada para extrair prebióticos de uma ampla gama de recursos naturais. Essa novidade está atraindo a atenção de grandes empresas ativas no crescente mercado de prebióticos e microbiomas.
Um processo ecológico com várias saídas
O processo desenvolvido com uso da cevada e seus benefícios pode ser repetido inúmeras vezes sem perda de eficiência, e a biomassa restante ainda contém lignina, proteínas e óleos que também podem ser colhidos e reutilizados. O objetivo não é usar o processo para encontrar maneiras de reaproveitar vários produtos agrícolas, mas fazê-lo da maneira mais eficiente possível.
A técnica permite selecionar os compostos da cevada e liberá-los continuamente ou em lotes. É possível usar a mesma abordagem e extrair outros compostos para alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos e até mesmo na produção de PEF, um material verde que poderia um dia substituir o PET em embalagens de alimentos.